Memórias de Ilustres Desconhecidos #26 (23/03/2022)

“Sou a mais nova de dois irmãos. Um rapaz e uma rapariga. Nasci no Freixo, Freguesia de Vilarinho, Concelho da Lousã e daqui nunca sai. Nasci a 17/11/1938, mas só fui registada no dia seguinte. Nasci numa noite de muito frio, chuva e trovoada. Em casa, com a ajuda de uma parteira. Bem… com a ajuda de uma parteira mais ou menos, quando ela lá chegou eu já cá estava fora e foi só cortar o cordão umbilical. Fui uma criança feliz e brinquei muito. Fui para a escola com sete anos, fiz a 4.º Casse.

O meu pai foi pedir à professora que me deixasse ficar mais um ano na escola, porque eu lia muito bem e ele gostava de me ouvir. Eu era boa aluna a matemática e as minhas colegas iam sempre para a minha beira para resolver os problemas de matemática que a professora mandava fazer. Antigamente na escola só havia raparigas. Não é como agora. Era raparigas numa escola, rapazes na outra e só nós podíamos juntar no recreio. A escola onde eu andei era no largo do Freixo. Depois da escola, fui aprender costura durante três/ quatro anos.

(…) Estive na costura e ensinava outras raparigas, trabalhei num café durante sete anos e estive oito anos numa padaria só a vender pão. (…) Reformei-me devia ter cerca de sessenta anos, mas já nem me lembro. Fui sempre fazendo a minha vida de casa.

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