A D. Elvira Lopes contou-nos “Nós éramos muitos irmãos, éramos onze. Ainda me lembro de a minha mãe ter um, mas nem sabia o que aquilo era. Eu andava a acartar cachos na vindima com uma cesta à cabeça (…) Aquilo era tudo a subir e a minha mãe andava connosco, andava de bebé e ela virou-se para a minha prima a dizer para nós irmos que ela já não ia, mas nunca nos disse o que tinha. Nós fomos e quando chegámos da outra viagem das uvas a minha prima disse-me que a minha mãe não estava lá. Eu era pequena e fui à procura dela. Então a minha mãe estava na sala e tinha uma coberta de farrapos toda escoada de sangue (…) a minha mãe estava a morrer.
Naquele tempo não se sabia o que agora se sabe. O meu pai tinha ficado a cortar cachos (…) Assim que soube foi logo à Lousã chamar o Dr. Américo, que teve de deixar o carro no castelo, porque não havia as estradas que há agora para o Casal Novo e lá a levaram para o hospital.
A minha mãe esteve grávida dezassete vezes, mas só à pia levou onze, ou seja, a serem batizados.”