“Eu era pequenito andava sempre agarrado à saia da minha mãe para lhe tirar a enxada.
Eles viram que eu gostava tanto daquilo que me compraram uma enxada pequena. Eu tinha de ter sempre um bocadinho de terra para pôr uns feijões e umas couves. Pedia sempre ao meu pai. Antes de frequentar a escola, eu já apanhava azeitona, apanhava pedra e tocava os bois.
Andei na escola de Santa Luzia, fui para lá com sete anos. Eu gostava de andar na escola. Era um dos que o professor era raro me bater… nem me lembro disso. O professor era de Foz de Arouce e vinha de bicicleta. O meu pai acordava-me sempre às cinco da manhã para eu fazer as coisas da escola e comer. Dizia que de manhã a cabeça estava mais fresca e sabíamos explicar melhor quando chegássemos à escola. Fiz a 4ª classe e saí de lá com doze anos. Trabalhei até aos dezassete na agricultura com o meu pai…”
A agricultura e o gosto pelo cuidar da terra nunca deixaram de fazer parte da vida do Sr. Francisco, se dúvidas houvesse, era só ver onde o apanhámos