A imaginação é, muitas vezes, uma ferramenta essencial ao dia-a-dia! Não era diferente enquanto crianças, onde se (re)criavam as histórias e aventuras de muitas pessoas de tempos em que o dinheiro e bens não abundavam. A D. Júlia Agostinho lembra-se desses tempos e conta-nos como era bom ser criança e dos seus sonhos:
“No meu tempo, não existiam muitos brinquedos, eu e a minha irmã tínhamos apenas uma boneca de farrapos, mas fazíamos de tudo uma brincadeira, inventamos casamentos, procissões, entre muitas outras coisas, mas éramos muito felizes. Quando eu era criança a minha mãe não tinha dinheiro para fazer bolos, mas havia uma vizinha que todos os dias ao fim da tarde fazia uns biscoitos e bolo e quando a minha irmã lá passava ela dava-lhe dois biscoitos. Então houve um dia em que espreitei pela porta e vi como a senhora fazia os bolos e tentei fazer igual, mas não correu muito porque eu não sabia a receita, vi só que era farinha e ovos. Quando cheguei a casa amassei a farinha com os ovos e peguei numa tacinha pequena e meti lá a massa, acendi umas brasas de uma fornada, e lá meti o tacho…mas não correu lá muito bem, a taça ficou agarrada às brasas. Era tudo tão diferente!!! O sonho que tinha em criança era ser modista e cabeleireira, mas nunca consegui realizar…”
Como é bom “meter as mãos na massa”… dá sempre uma boa história para contar!